sábado, 26 de março de 2011

Aula 13 - Metodologia da Pesquisa Científica

1.    Porque escrever uma Monografia:

A Monografia é um trabalho de conclusão que visa confirmar que toda teoria pode ser colocada em prática (ou se é possível ser colocada em prática) mostrando que não é somente um trabalho qualquer, mas sim um trabalho que pode trazer benefícios ao próprio aluno e à sociedade.

Também se trata de uma exigência para que o aluno possa concluir o seu curso e assim pegar o diploma, também serve como confirmação da confiabilidade do estudo realizado, demonstra compreensão de um determinado assunto, neste caso, o tema escolhido pelo aluno e também para contribuir os avanços tecnológicos, científicos e tecnológicos.


2.    Posturas do pesquisador ideal:

O pesquisador precisa ter as seguintes características:

·         Ser organizado e disciplinado, para que o trabalho seja feito da melhor forma possível, sem estresse e que seja o mais rentável possível;
·         Ter interesse em provar as hipóteses que serão colocadas ao longo do trabalho, ou seja, acreditar naquilo que esta defendendo;
·         Ter espírito crítico;
·         Ter capacidade de questionar dogmas ou paradigmas, ou seja, estar aberto a mudanças, a aceitar fatos que às vezes nem nós creditamos;
·         Ser honesto intelectualmente, principalmente no momento do levantamento bibliográfico, onde eu estudarei vários autores, mas ao fazer o levantamento terei que escrever com as minhas palavras, para não cometer um plágio.


3.    Estruturas da Monografia, segundo normas da ABNT – NBR 14724:2005:

Primeiramente a Monografia tem que ser escrita no verbo presente ou no passado e nunca no futuro, pois estaremos estudando assuntos atuais ou que já foram estudados no passado.

Segundo, ao começar uma Monografia é preciso fazer um Estudo de caso ou uma Pesquisa de Campos sobre o assunto que será escrito pelo aluno, para que ele tenha embasamento para escrever o texto e que facilite a ele também falar sobre o assunto.

Ao se escrever uma Monografia não se pode usar, em hipótese alguma o termo “eu”, tem que ser escrito de uma forma impessoal onde a pesquisa não parte somente de uma única pessoa e sim de algo pesquisado por vários autores. (Usam-se os termos: “Acredita-se, foi pesquisado”). E o número mínimo de folhas da Monografia é de 40 páginas ao máximo de 80 páginas.

Outro detalhe: nunca colocar o nome da empresa e nem das pessoas envolvidas no seu estudo de caso. Pode ser colocado o ramo de atividade, os cargos estudados, mas não os nomes.

Ao se falar em estrutura, iremos entender um pouco mais sobre:

Ø  Elementos pré-textuais: (no decorrer do trabalho, os elementos pré-textuais serão contados, mas as páginas não serão numeradas. Elas serão numeradas a partir da Introdução da Monografia).

Capa (item obrigadtório):
O cabeçalho (com o nome da escola) não é mudado, pois já está pronto no modelo enviado para o aluno.
Em o “nome do autor” se coloca o nome do aluno.
No lugar do “título” se coloca o provável título da Monografia, que poderá ser mudado no decorrer do trabalho.
E no “local da cidade e o ano de entrega” se colocam o nome da cidade do pólo onde o aluno estuda e o ano de conclusão do curso.

Folha de Rosto (item obrigatório):
No item “Nome do Autor” colocar novamente o nome do aluno.
O Título colocar o mesmo que foi colocado na capa.
O texto abaixo do título não é para ser mudado, ficar atento somente ao nome do curso que está sendo concluído. Se for preciso, mudar somente esta informação.
Colocar o nome do orientador da Monografia e colocar o nome da cidade onde está localizado o pólo e o ano da conclusão do curso.

Dedicatória (item opcional):
A estrutura da página não será mudada, somente será colocado o texto bem abaixo da folha. Este agradecimento é muito íntimo e voltado para a família, que pode ser feito aos pais, ao marido ou aos filhos. É um texto curto, de no máximo Três linhas.

Agradecimentos (item opcional):
Este agradecimento é dirigido àquelas pessoas que tiveram participação relevante para a elaboração e a realização do trabalho, que realmente te ajudaram á fazer a Monografia (A Deus, aos professores, aos amigos da sala de aula, aos profissionais que te ajudaram a fazer o trabalho). A formatação já está correta no modelo enviado, somente alterar as informações que serão colocadas.

Resumo (item obrigatório):
O resumo é uma descrição do conteúdo do trabalho, feita de forma objetiva e concisa e não pode ser feita em forma de tópicos e sim de texto. Ele deverá ter um cabeçalho (de acordo com o modelo, mudar somente os dados), o texto em si, que deverá conter até 500 palavras (bem sintetizado), com frases objetivas, ressaltando os métodos usados, os resultados alcançados e a conclusão final da sua Monografia, e abaixo da folha as palavras-chave do seu trabalho, no máximo três palavras, escritas da mesma forma do modelo enviado.
O resumo deverá ser feito por último, pois assim, depois de ter escrito todo o trabalho, você poderá resumi-lo com mais facilidade, contendo as idéias principais do trabalho e não precisa ser feita a tradução do resumo nas línguas inglesa ou espanhola.

Sumário (item obrigatório):
É a numeração das páginas das principais partes do trabalho, na ordem que aparecem no texto, onde os elementos pré-textuais não devem constar nele, somente os elementos textuais e os pós-textuais deverão constar no Sumário, na forma como aparece no modelo. Pode ser feita subdivisões, mas tem que constar no sumário da forma correta (1.1, 1.2, 2.3.1, etc).


Ø  Elementos textuais:

            Introdução:
            É um texto que inicial que tratará do assunto (a área de pesquisa) principal escolhido pelo aluno para a sua Monografia, onde deverá ser contextualizado e caracterizado o problema que será discutido nele, apresentando as hipóteses (uma ou dias) que serão respondias e defendidas, com a indicação do tema ou do título escolhido pelo aluno, apresentando as justificativas (o porque da escolha deste tema), contendo de três a seis páginas, no máximo.
            Para se escolher um tema para a Monografia é preciso percorrer uma linha de pensamento na seguinte ordem:
·         Área ou Linha de Pesquisa (Gestão Organizacional, Comportamento Humano, Gestão do Capital Humano e Gestão estratégica de Pessoas) – é nesse momento que o aluno verá os assuntos estudados por ele no decorrer do curso e escolherá um deles para escrever a sua Monografia, lembrando que o assunto que será abordado não será o tema da Monografia.
·         Problema: é algo que precisa ser solucionado ou resolvido pelo aluno, pois ainda não possui uma solução e que só será possível esta explicação por meio da pesquisa que está sendo feita e poderá ser feita na forma de pergunta.
            Para formular um problema é preciso que tenha alguma prática profissional com o assunto, ou alguma experiência de vida ou através de conhecimentos teóricos adquiridos no decorrer da vida. Pode ser também através do estudo de alguma literatura já existente ou através de uma discussão com pessoas que acumularam experiência prática no campo de estudo, ou seja, conversar com algum profissional que já trabalha nesta área de pesquisa.
            Para definir corretamente a escolha do problema que será estudado é preciso ver se realmente este assunto é atual e relevante (importante) para a minha formação, se é adequado para mim, se realmente é possível falar sobre o assunto e se eu terei tempo suficiente para fazer uma boa pesquisa sobre ele, ou seja, se realmente eu tenho condições acadêmicas, teóricas e bibliográficas para falar sobre o assunto.
·         Hipótese: é a resposta para a minha pergunta, para o meu problema. É escrever aquilo que eu realmente eu acredito como sendo a verdade para a resposta da minha pergunta, é a solução para o meu problema, que deverá ser testada no decorrer da pesquisa e que se não for possível testar esta hipótese não será possível desenvolver a pesquisa, pois não basta ter um problema bem elaborado e a hipótese não ser resolvida, tem que ter coesão entre as duas.
            Ao elaborar uma hipótese tem que se tomar cuidado, pois não é a sua opinião que vale, mas sim uma afirmação com bases sólidas nas teorias estudadas. No decorrer da pesquisa a hipóteses poderão ser confirmadas ou rejeitadas (qualquer uma das duas valem) e claro, a deverão ser escritas na forma de afirmação, pois o aluno já terá um conhecimento parcial do assunto.
·         Tema: ele vai descrever, de uma forma completa, o assunto que será abordado na Monografia e para desenvolver de maneira adequado o tema é preciso que o aluno esteja apto a dominar o assunto e saber manejar de forma correta a fonte bibliográfica que possuir. O tema precisa ser compreensível, conciso, no qual irá refletir o conteúdo da pesquisa, incluindo a localidade (cidade, estado, ou seja, onde...) e o período da pesquisa (atual, antigo...) e não podendo conter abreviaturas (exceto: ONU, ONG, etc).
Por exemplo: A Linha de Pesquisa será Gestão do Capital Humano e o problema será sobre os recursos humanos em telecomunicações que passaram por inúmeras mudanças após a privatização do setor no estado do Paraná. A pergunta a ser feita é: Qual é, então, a conjuntura atual dos recursos humanos em telecomunicações no Estado do Paraná? A hipótese é que o profissional de telecomunicações está se sentindo desmotivado após a privatização e está trabalhando mais, inclusive em atividades que não são inerentes ao seu cargo, porque teme que suas atividades sejam terceirizadas e porque não obteve o reconhecimento de sua chefia imediata através da obtenção de melhores salários ou benefícios, ou seja, o problema é a falta de motivação, o cargo, o salário baixo, a terceirização do setor. O tema escolhido para esta Monografia é “Recursos humanos em telecomunicações: conjuntura no estado do Paraná no período pós-privatização”. O aluno deverá testar o que está nas hipóteses e acreditar naquilo que ele está escrevendo.
·         Justificativa: é o momento que o aluno deverá justificar (“vender o peixe”) o porque da escolha do tema, se é inédito, se é atual, se o aluno realmente tem interesse sobre o assunto, qual a sua importância para o meio acadêmico, para o Município, para a região e se o assunto será pertinente para a minha área. A justificativa deverá finalizar o texto da Introdução e recomenda-se o uso de citações bibliográficas para justificar a Monografia.

            Objetivos:
            É o momento da pesquisa que nos mostra aonde o aluno que chegar com o assunto discutido e quais as metas que se pretende alcançar com essa discussão, onde os objetivos mal formulados conduzirão a pesquisa a rumos que não vão ajudar as necessidades acadêmicas e nem as organizacionais. Os objetivos devem ser escritos com clareza e precisão (sem “encher lingüiça”), deve ser iniciado com o verbo no infinitivo (aquilo que eu espero atingir com o meu trabalho), usar somente uma página para descrevê-los, escrever em forma de tópicos (obrigatório) e devem ser divididos em: Objetivo Geral – é amplo e remete ao título da pesquisa (exs: compreender, conhecer, desenvolver) e pode ter somente um objetivo geral, ou seja, onde a minha pesquisa quer chegar, ou seja, chegar à conclusão da minha pesquisa. Objetivo Específico – são aqueles mais simples, concretos e permitem alcançar o objetivo geral (exs: apontar, classificar, comparar, conceituar, caracterizar, enumerar, formular, enunciar, diferenciar, coletar) e o ideal é que se estabeleça de três a cinco objetivos específicos.

            Revisão Bibliográfica:
            Neste item o aluno deverá estudar muito, pois será um texto feito por ele a partir da pesquisa bibliográfica, ou seja, através das literaturas relevantes (já publicada) lidas por ele para fazer a Monografia. Tem por finalidade reunir, analisar e discutir as informações já publicadas sobre o assunto, além de embasar as discussões dos resultados obtidos, ou seja, é a base teórica para o meu estudo.  A revisão bibliográfica é o alicerce da sua pesquisa, é o mesmo que Fundamentação teórica, por isso não é a minha opinião que vale e sim dos autores, escrito de uma forma impessoal elaborado a partir das idéias deles, traçando uma relação entre eles, de uma forma que o texto não seja uma “colcha de retalhos” e nem uma simples transcrição de pequenos textos.
            Para fazer uma Revisão Bibliográfica é preciso saber sobre a linha de pesquisa estudada e com isso levantar os conceitos, as definições e os pressupostos do assunto, quem já escreveu sobre o assunto e o que escreveu, as lacunas existentes na literatura e até as divergências entre os autores estudados. Este levantamento poderá feito através de livros, artigos, periódicos, na biblioteca digital ou no pólo, pela Internet (ferramenta de busca – www.scholar.google.com). No caso da Internet é importante lembrar que o aluno não deverá usar referências de sites de caráter não científico e sempre solicitar ajuda ao seu orientador, quando necessário.
            A Revisão Bibliográfica deverá ter no mínimo 10 páginas, deverão ser utilizados, no mínimo, 15 autores (citações / referências), deve-se usar citações bibliográficas do material estudado (obrigatório) e as citações devem ser feitas da seguinte forma: Direta – quando transcrita literalmente, ou seja, uma cópia fiel de parte da obra (pequenos trechos) do autor consultado que pode ser Curta: (até três linhas) e Longa: (mais de três linhas) e Indireta - quando a idéia é redigida pelo autor do trabalho, baseado na obra do autor consultado e Citação da Citação – é a cópia de uma citação já existente na obra do autor consultado.

            Metodologia:
            É o que eu tenho que fazer para realizar a minha pesquisa, para buscar os meus objetivos, são as maneiras ou os métodos utilizados nesta busca. O aluno deverá descrever e justificar a abordagem adotada (método científico e técnicas de pesquisa utilizadas no decorrer da pesquisa) e descrever a natureza da investigação, da população, dos objetos d estudo, da amostra que será desenvolvida, dos instrumentos de coleta de dados e da análise desses dados, ou seja, tudo isso ajudará no desenvolvimento do trabalho monográfico. E para atingir os objetivos deverá constar a descrição detalhada dos seguintes itens (pode ser colocado no trabalho como 1.1. 1.2, 1.3 e 1.4): Caracterização da Pesquisa (colocar se na sua pesquisa foi coletado os dados na forma de pesquisa descritiva, pesquisa de campo (observação no local), estudo de caso, pesquisa documental ou pesquisa experimental (testar algo) e deverá responder a pergunta: Que pesquisas foram realizadas para atingir os objetivos do seu trabalho?), Delimitação do estudo (indicar o local da realização da coleta de dados e o período utilizado para o mesmo e responder a pergunta: Onde e quando o trabalho foi desenvolvido?), Coleta de dados (descrever as fontes que serão utilizadas, tais como: levantamento bibliográfico, entrevistas, questionários, observação, experimento e etc. E deverá responder a pergunta: Como será realizados os procedimentos metodológicos que visam atingir os objetivos do seu trabalho?) e Análise de dados (indicará a ferramenta usada para analisar e interpretar os dados, podendo ser uma análise qualitativa (dados descritos de forma bem meticulosa) e quantitativa (quando envolve números, gráficos, etc) e deverá responder a pergunta: Como proceder para analisar e interpretar os dados coletados?). Para a metodologia não existe um número padrão de páginas, só é preciso responder as perguntas.

            Análise dos Resultados e Discussão:
            Essa é a parte mais difícil e mais importante de uma Monografia, pois é nessa hora que o orientador saberá o quanto o aluno estudou sobre o assunto, pois é nesse momento onde o aluno colocará os resultados (que é a descrição dos dados, das informações coletadas) e será feita a discussão com o autor (confrontar o estudo com a literatura pesquisada) e é nessa hora que o aluno deverá aproveitar para elaborar a sua revisão bibliográfica e mostrar o que realmente aprendeu com a sua pesquisa.
            Na discussão dos resultados o aluno deverá escrever um texto crítico (contendo a sua opinião) e apontando as vantagens do seu trabalho em relação aos outros pesquisados, comparar os resultados da sua pesquisa com outros da literatura, ressaltando os pontos semelhantes e diferentes, escrever se os dados obtidos correspondem á população geral ou se são características representativas de uma determinada população, se os dados podem variar para melhor ou para pior no decorrer do tempo, se poderiam apresentar melhores resultados se outros métodos fossem utilizados e se há fatores que surgiram ou que deveriam surgir e não ocorreram durante esse processo.
            Durante esta análise é importante falar as idéias dos autores, usando citações dos mesmos e também usar suas próprias palavras (do aluno) ao se falar sobre suas idéias e nunca usar o termo “eu” e sim a forma impessoal como “foi observado...”.

            Considerações Finais:
            Chegou o momento do fechamento do seu trabalho, enfim, são as conclusões do aluno sobre a Monografia, sobre a pesquisa, escrevendo se os seus objetivos foram alcançados e o que se pode concluir do seu trabalho, de foram encontradas dificuldades na coleta de dados, etc. Este texto deverá ser breve (de duas a três parágrafos), de autoria do aluno e deverá ser evitada citação de autores, pois é o texto escrito pelo aluno, sua opinião, suas idéias.
      Referência Bibliográfica:
      É todo o material de leitura utilizado e consultado em sua pesquisa e deverá ser listado nas referências de acordo com a ABNT, ou seja, em seqüência e padronizada em ordem alfabética.
      De acordo com a normalização da ABNT, deverá seguir as regras de acordo com as seguintes normas: Regras Gerais de Formatação (NBR 14724/2006), Citações Bibliográficas (NBR 10520/2002) e Referências (NBR 6023/2002).


4.    Atividade em Sala de aula:

Escolha uma Área de Pesquisa e dê exemplos de: Problema, Hipótese e Tema.

R: Linha de Pesquisa: Gestão Estratégica de Pessoas. Problema: O que interfere na qualidade do trabalho da empresa X ? Hipótese: A Falta de saúde dos funcionários interfere na qualidade do trabalho. Tema: Interferência na qualidade do trabalho em função dos aspectos relacionados á saúde dos funcionários da empresa X.


5.    Atividade em Sala de aula:

O que pode ser (efetivamente) realizado para evitar o plágio em sua Monografia?

R: Ser honesto com relação ao objetivo proposto e não copiar e nem pagar para ninguém fazer a Monografia.

sábado, 12 de março de 2011

Aula 12 - Gestão do Conhecimento e a Mensuração do Capital Intelectual

1.    Objetivos da Aula:

            Conceituar e evidenciar a importância da Gestão do conhecimento dentro das organizações e como as empresas vêem isso, apresentando as “tentativas” dos modelos criados para a mensuração da Capital Intelectual e também identificar as vantagens, as características e limitações nessa mensuração.
           

2.    O que é Gestão do Conhecimento?

            O termo Gestão significa planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de todos os recursos disponíveis da organização seja ela monetária ou não (pessoas, capital humano...), desenvolvendo uma atividade organizacional.

            Segundo Chiavenatto (2000, pg.47), “o conhecimento ficou na dianteira de todos os demais recursos organizacionais, pois todos eles passaram a depender do conhecimento”. Ou seja, Gestão do conhecimento é um processo sistemático e intencional com o uso do conhecimento de pessoas para atingir um objetivo comum e a excelência organizacional, pois é isso que faz uma empresa crescer e se manter plena no mercado.


3.    Gestão do Conhecimento e a Sociedade da Informação:

            Hoje, o que prevalece em uma organização é o conhecimento das pessoas e não mais seus maquinários. A valorização das pessoas e do intelectual humano ganha forças depois da era industrial, onde: o músculo (força física) dá lugar ao cérebro (raciocínio, a lógica, a expertise, a rapidez, a capacidade mental), a produção dá lugar ao resultado, a mão-de-obra (empregado, funcionário) dá lugar aos parceiros e os bens tangíveis (máquinas, equipamentos, computadores) dão lugar aos bens intangíveis que hoje são muito valorizados dentro da organização, sejam elas suas Marcas e patentes, seu fundo de comércio (onde a empresa está localizada), sua carteira de clientes e principalmente o seu capital intelectual. Sendo assim, a sociedade emerge para um novo tipo de sociedade que é e Sociedade da Informação a Sociedade do Conhecimento.

            Os bens Intangíveis já possuem uma lei que a defende, é a lei nº 11.638/07 - Grupo de Contas específicas para os Intangíveis.


4.                Conceituando o Capital Intelectual:

            Conceituando o Capital intelectual temos Brooking (1996) que nos fala que Capital intelectual é “uma combinação de ativos intangíveis (de mercado (posicionamento dentro do mercado, imagem da empresa no mercado, marca, lealdade dos clientes, negócios em andamento, franquias), humanos (criatividade, conhecimento, habilidade, expertise, dinamismo), de propriedade intelectual (know-how, acordos e segredos industriais, patentes, design) e de infra-estrutura (tecnologia, metodologias e processos, sistema de informação, banco de dados de clientes)), frutos das mudanças nas áreas da tecnologia da informação, mídia e comunicação gerando um conhecimento que pode ser usado para criar a vantagem competitiva da entidade”.  Ou seja, pra ele o bem intangível é capaz de produzir benefícios presentes e futuros para a empresa e é vital na geração de novos conhecimentos.

            De acordo com Edvinsson e Malone (1998) eles fazem uma analogia com uma planta, uma árvore, onde a parte visível da planta é o que exerce as atividades da empresa (organograma - cargos e funções) e o capital intelectual é a raiz (parte oculta da empresa), onde o capital humano (pessoas, conhecimento) e estrutural (acomodações, máquinas, tecnologia...) sustenta a essa empresa.

            Já segundo Stewart (1998) o capital intelectual está presente nas pessoas, nas estruturas e nos clientes e “não será este bem (o capital intelectual) uma conseqüência de partes distintas destes fatores, mas resultado do intercâmbio entre todos eles”.

            As três visões acima estão corretas e sendo assim o termo Capital intelectual representa uma forma geral o conhecimento gerado e difundido pelas pessoas de uma organização, que junto com a empresa vão em busca de um mesmo objetivo, valorizando assim seus profissionais e maximizando seus resultados.
           

5.    Atividade em Sala de aula:

O que você tem feito para evidenciar o seu capital intelectual na organização que atua? Como acredita que as empresas estão administrando este aspecto em sua gestão empresarial?

R: Eu continuo estudando, me especializando e me qualificando dentro da área que trabalho e dando idéias e sugestões que façam diferença dentro da organização. As empresas monitoram e proliferam estes conhecimentos, fazendo com que o mesmo seja disseminado a todos na organização e que todos busquem o mesmo objetivo.


6.    O Desafio da Gestão do Conhecimento:

            Como mensurar corretamente o Conhecimento gerado pelos parceiros nas organizações que atuam? Como contemplar este conhecimento (capital intelectual) no chamado ATIVO da empresa?

            Os ativos das empresas representam os valores positivos do seu Patrimônio, As características obrigatórias de um ativo são: Compostos por Bens e Direitos, podem ser Tangíveis e Intangíveis, que Proporcionam Benefícios Presentes e Futuros, são de Propriedade da Empresa (as pessoas não, mas seu conhecimento sim) e são Passíveis de Mensuração (possui valor atribuído), fazendo com que a organização se torne mais competitivas no mercado e valorizando também seus colaboradores.


7.    Tentativas de Mensuração do Capital Intelectual:

            Existem tentativas de mensurar o capital intelectual das pessoas dentro de uma organização. São elas:

·         Razão entre o valor de Mercado e o valor Contábil (Market-to-book): segundo Stewart (1998) “Se o valor de uma empresa é maior do que o valor que os acionistas possuem, faz sentido atribuir a diferença ao capital intelectual”. Ou seja, essa mensuração nada mais é do que:

Capital Intelectual = Valor de Mercado - Valor contábil
           
            Mas de acordo com as críticas, como o mercado é muito volátil os valores mudariam rapidamente e constantemente, os valores de mercado e contábil (financeiro) podem ser forjados (supervalorizados ou subestimados), os ativos tangíveis podem ser registrados com valores inexatos (em vez de serem registrados pelo custo de reposição (valor atual) eles são registrados pelo custo histórico (valor da primeira compra)) e na contabilidade os valores podem ser distorcidos, ou seja, não permite um valor preciso desse capital intelectual, com tudo isso essa mensuração não foi muito aceita pelas empresas.

·         Navegador do Capital Intelectual ou Modelo de Stewart: são analisadas as seguintes perspectivas: Razão do Valor de Mercado / Valor Contábil, a medida do Capital Humano (atitude dos funcionários, valor da marca, rotatividade de trabalhadores do conhecimento), medidas de Capital Estrutural (giros de capital, participação de novos produtos na receita total, participação do mercado) e medidas do Capital do Cliente (satisfação do cliente).

            Mas de acordo com as críticas, a escolha dos índices de desempenho são muito subjetivas, ou seja, não são as mesmas em todas as empresas, há uma dificuldade na determinação dos indicadores de desempenho e na atribuição de peso a cada indicador, ou seja, também inexato na hora de sua mensuração.
·         Modelo de Skandia (grupo sueco, pioneiros na apresentação de relatórios contendo dados sobre a avaliação do capital intelectual em suas empresas): Segundo Antunes (200, pg.91) “tem como objetivo criar valor para seus acionistas por meio do foco em seus clientes, pela oferta de serviços inovadores e pelo aumento da produtividade e eficiência”.

            Esse modelo foi desenvolvido por Edvinsson & Molone, originando-se de dois grande indicadores: o Capital Humano (relacionado ao conhecimento, expertise, poder de inovação e habilidade dos empregados, além dos valores, cultura e filosofia da empresa) e o Capital Intelectual (equipamentos de informática, softwares, banco de dados, patentes, marcas e tudo o que apóia a produtividade dos empregados), apoiando em 5 focos: Financeiro, Clientes, Processo, Renovação e Desenvolvimento Humano, com isso criando a seguinte fórmula:

Capital Intelectual = iC

i: Coeficiente de Eficiência (percentual)
C: Valor Monetário do Capital Intelectual

Exemplo: Um investimento total com treinamento é de R$ 5.000,00 (C) e o percentual de aproveitamento foi de 45% (i), na fórmula ficaria:
Capital Intelectual = 0,45 x 5.000,00 = R$ 2.250,00

·         Modelo de Sveiby ou Monitor de Ativos Intangíveis: está voltado para evidenciar os ativos intangíveis das organizações, classificando-os em três vertentes: Competência das Pessoas, Estrutura Interna e Estrutura Externa, com isso desenvolvendo o Monitor de Ativos Intangíveis, analisando e mensurando o Crescimento e a Renovação, a Eficiência e a Estabilidade de cada vertente. (material anexo - FONTE: Sveiby, 1998. Pg.234).

            Mas de acordo com as críticas este modelo não está voltado ao aspecto financeiro do capital intelectual e sim com a preocupação com o crescimento do conhecimento e também a escolha dos indicadores do quadro é complexa e depende da estratégia implantada na organização para dar certa essa mensuração, ou seja, as informações não são padronizadas.

·         Balanced Scorecard - BSC: O Estudo deste modelo foi iniciado em 1997 por Kaplan & Norton, vinculado ás necessidades da empresa em avaliar o seu desenvolvimento pelos ativos intangíveis, criticando a contabilidade como sendo tradicional e limitada ao desempenho financeiro, priorizando uma visão estratégica e coerente de medidas de desempenho e não só na área financeira. O seu enfoque era na necessidade de uma gestão do conhecimento, que se não realizado seria dado como perda financeira, enfatizando a mudança da mentalidade (cultura) e da visão por parte dos gestores (sendo este item o mais difícil de se implantar, as mudanças) e buscando a relação de Causa e Efeito (financeiro e intangível) nas organizações. Este modelo é o mais utilizado nas estratégias das empresas nos dias de hoje, mas esta ferramenta ainda não consegue mensurar corretamente o capital intelectual.


8.    Vantagens e Limitações da Mensuração do Capital Intelectual no ambiente interno:

            As vantagens na mensuração do Capital intelectual podem ser:
·         Confirmar a habilidade da organização em atingir os objetivos;
·         Fornecer um foco para um programa de educação organizacional e treinamento, pois saberão onde estão as falhas e onde deverão ter melhorias;
·         Analisar o valor real das empresas;
·         Ampliar a memória organizacional, a história e a trajetória da empresa;
·         Contribuir na execução do planejamento estratégico, maximizando os resultados e chegando aos objetivos de forma mais rápida;
·         Manter o conhecimento no know-how;
·         Contribuir na decisão de investimento em tecnologia da informação;
·         Permitir o conhecimento e a visão das condições atuais e futuras frente aos clientes;
·         Adaptação da organização frente às mudanças impostas pela sociedade, que muda constantemente.
           
            Mas também podemos citar principais as limitações da mensuração desse capital intelectual. São elas:
·         Não há, ainda, um modelo universalmente adotado;
·         Há uma necessidade de um Sistema de Informação que possa identificar todos os indicadores e dados específicos;
·         Há um elevado investimento em Sistema de Informação;
·         Há uma dificuldade na implantação e no desenvolvimento de um sistema de informação, devido às mudanças impostas;
·         E não há uma unidade, um índice padrão de mensuração.

            Embora não haja um modelo preciso de mensuração, o capital intelectual existe em todas as organizações e a Gestão do Conhecimento poderá e deverá favorecer a valorização do conhecimento e do aprendizado humano dentro das empresas.


WEB AULA:

            O que de fato significa Bens Intangíveis? São aqueles que de fato não possuem existência física, porém representam uma aplicação de capital indispensável aos objetivos sociais, como marcas e patentes, fórmulas ou processos de fabricação, direitos autorais, autorizações e concessões, ponto comercial, capital humano, etc.

            Muitas empresas hoje estão em busca do aumento do seu valor de mercado, incluindo nisso os seus bens intangíveis, que podem ajudar na concorrência, tornando assim o seu ativo intangível maior do que os seus bens tangíveis.

            Algumas empresas possuem uma lucratividade muito maior do que aquelas aparentes, agregando valores ao seu patrimônio por sua intangibilidade. São elas:

  • a Kraft foi incorporada pela Philip Morris por US$ 10 bilhões. A contabilidade registrava o valor de US$ 1 bilhão;
  • a UNILEVER comprou a KIBON por US$ 930 milhões. A Contabilidade registrava menos de 30% deste valor;
  • a Yahoo fatura US$ 500 milhões por ano e lucrou US$ 16 milhões em nove meses de 99. Vale no mercado US$ 100 bilhões. A previsão de retorno do investimento na empresa é de 360 anos;
  • a Amazon.com tem uma dívida de US$ 2.2 bilhões, quase o dobro de seu faturamento anual, teve um prejuízo de US$ 125 milhões nos primeiros nove meses de 99 e não distribui dividendos. Na mesma data, tinha um valor de mercado de US$ 33 bilhões.
                Os intangíveis quando reais e escriturados na entidade, são de suma importância para que se tenha uma visão correta do que se pode estar negociando, podendo em muitos casos ser o grande atrativo para um futuro negocio.
                Segundo Marion (2005, p. 1), a utilização do intangível passou a ter maior relevância nas empresas a partir das ondas de fusões e incorporações na Europa e Estados Unidos. Com o passar dos anos, o intangível começou a ganhar mais espaço e hoje começa a ficar mais conhecido e utilizado, apesar disso, são poucas as empresas que o evidenciam em seu balanço patrimonial, pois sua mensuração ainda é um obstáculo a ser ultrapassado.